Neste ensaio se realiza uma revisão das abordagens de análise de políticas públicas como resultantes de um processo de produção social - o modelo desenvolvido por Reich e Cooper (1996) da Universidade de Harvard e, em especial, o método de compreensão proposto por Matus (1996a, 1996b, 1996c). Esta revisão é precedida de uma discussão sobre a separação entre as dimensões técnica e política na administração pública e das abordagens tradicionais sobre análise de políticas públicas que, ainda de modo restrito, consideram atores e interesses em disputa.Para encerrar, se utiliza o caso da política de saúde brasileira após a Constituição de 1988 para indicar, de modo muito breve, algumas das potencialidades da abordagem de análise de políticas públicas como resultantes de um processo de produção social. Estas potencialidades são direcionadas, em um primeiro momento, à propiciar uma outra compreensão do processo em curso que teria, obviamente, importantes implicações para os atores sociais que disputam projetos no campo da saúde no Brasil.

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