O trabalho aborda inicialmente as principais características da formação econômica e social da Amazônia brasileira, fundamentalmente aquelas referentes às relações de produção e de convivência sócio-política travadas entre os representantes do poder econômico internacional e nacional, que, associados com as elites locais e a mediatização dos governos em suas diversas instâncias, acabaram por se constituir em fatores determinantes da atual cultura política regional.Em seguida apontamos como essa cultura política, que revela baixos níveis de capital social e precária qualificação dos quadros que atuam no Poder Público e nas organizações não governamentais da Região, não tem favorecido a constituição de mecanismos institucionais de democratização do processo de planejamento e gestão pública nos estados e municípios amazônicos, onde a participação dos governantes, do setor produtivo e da sociedade civil deve ser permanentemente exercitada como um dos elementos fundamentais para a construção da cidadania e melhoria das condições de vida na Região.O trabalho revela ainda como a história da Universidade na Amazônia, que tem formado profissionais e lideranças públicas e privadas desde a década de 1960, tem reforçado ou reproduzido esse padrão elitista no tratamento da coisa pública, onde o patrimonialismo, o nepotismo, o empreguismo, a corrupção e a ineficácia da gestão governamental e das políticas públicas, tem se constituído em grave obstáculo a ser superado.Finalmente o trabalho descreve a recente iniciativa do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos - Universidade Federal do Pará, que lançou o Programa de Capacitação de Lideranças e Gestores Públicos Municipais em Planejamento do Desenvolvimento Local, objetivando assessorar os municípios amazônicos na construção da infra-estrutura técnico- institucional necessária para promover o desenvolvimento local integrado e sustentável.

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