Esta proposta resume a experiência com de ciências de governo na Universidade de Campinas (UNICAMP) de São Paulo ao detalhar idéias para a criação de uma escola de governo na Prefeitura Municipal de Campinas. Esta inovação se justifica como uma imposição ditada pela construção do "estado necessário" - um estado que possa alavancar o atendimento das demandas da maioria da população. Ela se inicia com uma retrospectiva - desde a constituição do estado que herdamos do período autoritário até o seu desmantelamento pelo neoliberalismo - necessária para avaliar o desafio cognitivo envolvido com a construção do "estado necessário". Em seguida, ao identificar a escassa contribuição das matrizes teóricas da ciência política e da administração pública, até a pouco as únicas disponíveis para a abordagem das questões relativas ao estado, e ao avaliar o potencial de fusões disciplinares relativamente recentes e ainda pouco difundidos nas nossas estruturas de governo -como a análise de política e o planejamento estratégico situacional- ela delineia o conjunto de conteúdos sobre o qual se funda a experiência.São apresentadas as linhas gerais de um arranjo formal para enfrentar os desafios cognitivos colocados pela construção do "estado necessário": um espaço institucional orientado a duas funções básicas. Por um lado, a de capacitação de quadros tecno-políticos de direção. Tendo por objetivo a melhoria das políticas e do processo de governo, assim como a difusão, por seu intermédio, de novos conhecimentos e práticas às equipes que coordenam. Por outro, a assessoria direta em pontos determinados do aparelho de governo, mediante um trabalho conjunto com as equipes envolvidas, apoiando assim a implementação do modelo de gestão em processo de definição pela equipe dirigente da prefeitura.Uma escola de governo municipal deve atuar simultaneamente capacitando quadros tecno-políticos, intervindo diretamente no contexto institucional de governo que justifica sua existência e produzindo, através da execução destas duas funções, o conhecimento necessário ao constante aprimoramento do estado.

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